Eu não me atrevo
a dançar o frevo.
Tento um rodopio...
retorcem no ar,
os pés e os braços.
Em descompasso,
descrevo e fervo
na temperaura das cores.
No enlevo do ritmo,
o suor dos passistas
consagram a alegria
nas ruas de Pernambuco.
Há sinais nos intrumentos:
a batucada acalma a poeira,
a vida passa,
o riso revigora.
O corpo dança,
se fortalece;
espanta a melancolia
de uma quarta-feira chegando;
veste a poesia de fevereiro,
a euforia, o suor e o cansaço.
Poemas em ondas deslizam nas águas.