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O Manuel e a Maria

 
O Manuel e a Maria



O Manuel vai ao campo e ceifa o milho
Lá encontra a Maria reboliça e radiante
Ele a olha! Sua foice, ele a larga e arqueja
Parecendo um touro na arena, ele volta a olhar!
Ela se faz cara, ela sabe que o Manuel... È aquele.
Já bem passada da idade e sem mais pretendentes
Era chegada a sua hora de ela desencalhar de vez
Reboliça, ela passa, com ares de mulher madura
Ela sabe o que quer, mas o cholé é que a lixa
Ele cansado, suado, excitado, dá em cima dela
Entre cheiros de suor, estrume do campo e o cholé
Rebolam divertidos entre o milho e as folhas secas
O Zé dos Bibais estava espreitando todo o reboliço
Ele chama a aldeia inteira, para assistir a malandrice
Veio o padre da aldeia, dizendo “oh! valha-me Deus”
Correndo, ele lá vai assistir a Maria, curioso e arteiro
No meio dos enrolados e gemidos a Maria foi mulher
Na aldeia todos foram os padrinhos, o padre o penetra
O Manuel estava cansado, indignado por ver tanta gente
A Maria ajeitava seus fartos seios, o padre esse coitado
Arregalava os seus olhos, sentido a inveja do Manuel
Logo ele assinalava que o casório ia ser marcado
Não fosse a Maria ficar prenha e depois ficar sozinha
Chegou o dia, eles se casaram, a noite veio sem curiosidade
Ele já conhecia a Maria, o que ele não sabia era do raio do cholé
Abriu as janelas de par em par, mas não suportou o cholé
Coitado quis devolver a Maria, mas nem o padre, nem aldeia
Aceitou a pobre mulher, ele não quis provar o fruto, sim ou não?
Agüenta Manuel, agüenta, pois fruto ferrado não se devolve!!!


Betimartins



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Betimartins
 
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