Não digas nada.
Deixa-me tocar, com a mente, na tua essência.
Quero admirar cada pedaço de ti, cada pedaço da tua fala, dos teus gestos, do teu olhar; quero reparti-los e mistura-los com o meu ser.
Deixa-me escrever-te nos livros caros, nas vozes jornaleiras, nos tempos verídicos.
O teu aroma obriga os tempos a imortalizar-te.
Não digas nada,
Que o tempo já não dorme e fica acordado para te ver sonhar, que o mundo já sucumbe aos teus passos, que o frio aquece quando te aconchegas nos lençóis.
Diz tudo,
num silêncio universal que se cria para te ouvir.
les fleurs mortes.