fosses tu a estrela mais pequenina do firmamento
e arranjaria um modo de chegar tão perto
que me ouvirias dizer: amo-te!
fosses tu a útima gota salgada do mar oceano
e a ti chegaria nadando para te olhar
em silêncio e adormecer no teu colo espartano!
fosses tu o rumor da aragem que anuncia
a tempestade e te esperaria de peito aberto
para corajosamente te sentir na alma!
fosses tu a mais intensa das dores e apesar de tudo
haveria de ultrapassar o sofrimento
e abeirando-me do teu olhar dir-te-ia: és minha!
fosses tu o rio adormecido em cujo leito a vida corre
e qual casca de noz que a corrente impele
eu iria sorrindo e murmurando: nosso amor não morre!
fosses tu um fiapo de luz que acende a noite fria
e com ele e por ela eu chegaria à boca do dia
para acender de par em par os archotes da aurora!
fosses tu o grão anónimo do areal duma praia sem nome
onde as gaivotas fazem ninho e o mar vem dar beijos
e eu seria a concha de filigrana que no abandono do tempo
refulgiria à luz intensa do sol para acender de ouro
os teus cabelos de ninfa e o teu corpo de sereia
que a vida guardou para mim na imensidão da areia!
fosses tu tudo isto e o mais que o sonho diz
e eu morreria de amor por amor de tanto amor
mas louco embora morreria feliz!
Em 09.fev.2012, pelas 07h30
PC
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Paulo César