Excessivo e inusitado…
Cortar e suturar sentimentos
Como se fossem cicatrizes
Entre o olhar e o pensamento!
Fica a falha
Um detalhe, uma incongruência
Um absurdo, um acidente...
Disco riscado
Chávena esquinada
Vidro partido
Cortina rasgada!
Falhas que o olhar detém
Imperfeições acidentais!
A perfeição
É uma felicidade hipotética
Nunca real
Está presa a cânones
E a beleza plena é sempre profética!
O belo inquestionável
Ligado ao tempo e ao lugar
Mas por dentro de mim.
A beleza mais perene
Manancial em torrente
Para moldar e modelar
Retirando a rugosidade.
No sentir atento
Para lá do corpóreo
Ir ao cerne intangível
Com o rigor estético
De tocar o imperceptível!