Pegando nas palavras do poeta
Varram as crianças para debaixo do tapete
E porque não enfrentar o direito de crescer
No crescente aprender está a constatação
Adulto é suporte é trave mestra nunca pode ser travão
Peguem nas crianças que se soltem da mão
Que aqui e acolá dêem um trambolhão
É um direito assistido no acto da procriação
Peguem nas crianças e deixem-nas soltas
Indiquem caminhos, previnam que os espinhos
Fazem parte da estrada, e por favor não usem as crianças
Como fardamenta a olhares tacanhos, tanto pudor
Em tábua rasa despido.
Quando a realidade no diz que aprendem e levam de vencida
Olhares medíocres, outros tantos inglórios
Aprendem que velórios fazem parte da vida
Quando na escola desbravam os caminhos erectos
Às vezes não são rectos, mas sempre concretos.
Quando a criança corre veloz, cresce e vê muito melhor que nós
Que vivemos sobe a capa comodamente vestida do nosso olhar
Meus amigos deixem às crianças o acto de observar
Tentem apenas ser a trave onde ao tropeçar se devem segurar
O lar que seja o porto de abrigo mas que abra o postigo para que possa voar.
Só assim nascerão homens e mulheres fortes
Só assim o mundo evolui e o azedume empobrece
Deixem as crianças soltas, libertas, estejam sem estar
Presentes e com tino, deixem as crianças ler *poesia*
E com elas aprendam a meditar, quem sabe aprendem assim a escutar
Tudo o que negam ao acto de criar.
Antónia Ruivo.
Foto retirada do Google
Era tão fácil a poesia evoluir, era deixa-la solta pelas valetas onde os cantoneiros a pudessem podar, sachar, dilacerar, sem que o poeta ficasse susceptibilizado.
Duas caras da mesma moeda:
Poetamaldito e seu apêndice ´´Zulmira´´
Julia_Soares u...