Não cala o poeta mordaz
nem estanca o sangue da pena,
põe ele no papel o que lhe apraz
escárnio disfarçado em poema.
Desafia com riso escaninho
os donos do poder mesquinho
sua pena é sabre, florete, espada
com a qual fere a sociedade descuidada.
Não teme ele tangíveis desafetos
defende-se o duelista com a rima
seus adversários tremem inquietos
pois e feroz o peta em sua esgrima
São finas, irônicas, certeiras
as construções de cínicas respostas
penetra sem pudor as almas rasteiras
mexe, abre e salga as feridas expostas
Abriga, no entanto em seu peito
carinho, paixão e afeto
tece versos de amor sobre o leito
da amada que o abriga sob o teto.
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