Poemas -> Esperança : 

Nas folhas onde me deito

 
Descubro o encanto do outono
nas folhas que vão caindo
onde me deito sorrindo
bem abraçada aos rebentos
do ressurgir de sentimentos
de poema ao abandono.

Perdi-te um tempo,
outono
e em inverno me senti,
precocemente gelado.
Perdeste-te de mim
nem sei como,
em mutismos disfaçado,
à distância dum lamento.

Hás-de ainda devolver-me,
eu sinto-o,
uma primavera tardia
em plenitude florida.
Saltando o inverno, virá
e do gelo me poupará
em amor fortalecida.

Abraço-me a ti outono,
fito os teus olhos dourados
e enlaçando os meus braços
aos teus braços apertados,
agarro-me às folhas
salpicadas de anseios
e os nossos braços são laços
e as folhas são nossos beijos

Que importa que os nossos ramos
fiquem em breve despidos
se das folhas do meu regaço
fizeres sempre o nosso ninho
e eu tiver o meu corpo
encostado ao teu corpo amigo!?

Outono, ouve só isto!!!
Eu não temo os invernos
se com tuas folhas vermelhas
tu me tiveres aquecido.



Quisera eu ser poeta
Quisera eu ser pintor
Escrever telas e pintar poemas
Escrever, pintar, pintar,escrever
A humanidade com muita cor

 
Autor
adelaidemonteiro
 
Texto
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Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
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Enviado por Tópico
VónyFerreira
Publicado: 02/02/2012 20:39  Atualizado: 02/02/2012 20:39
Membro de honra
Usuário desde: 14/05/2008
Localidade: Leiria
Mensagens: 10301
 Re: Nas folhas onde me deito
"Que importa que os nossos ramos
fiquem em breve despidos
se das folhas do meu regaço
fizeres sempre o nosso ninho
e eu tiver o meu corpo
encostado ao teu corpo amigo!?"

Que bela é a tua poesia, Adelaide,
que saudades eu tinha de te ler.
Harmoniosas são as palavras que
nos transmitem este encantamento
que só a poesia escrita com alma
é capaz de transmitir.
Abraço, e espero que estejas bem
Vóny Ferreira


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 03/12/2020 10:28  Atualizado: 03/12/2020 10:28
 Re: Nas folhas onde me deito
Magnífico poema. Abraços poéticos!