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Capitulo 4 - no extremo verdadeiro da palavra amar

 
Do alto daquele mundo soltavam-se paisagens entre as cidades e um oceano a perder de vista. Já no afogar do caminho percebiam-se os seixos esverdeados que adivinhavam uma nova esperança, a água transparente lambia a margem, como que um desejo escondido. A abertura dos sorrisos trazia já o sabor da paixão num segredo a ameaçar a embriaguez de um futuro tão próximo como os teus lábios nos meus. As línguas de areia arrepiavam o sol, que tímido, aconchegava o calor nos pés descalços junto ao suspiro das ondas. Arrepiava-me a pele quando sentia o escorregar do teu beijo. No reverso do mar calmo, havia marés vivas de sentimentos nos olhares que se cruzavam e sorriam, trocando entre sim palavras de prazer. Tudo parecia fazer sentido. Até o final da tarde reservara-nos um leito onde fomos rio na margem dos corpos despidos. Trazias a pele quente, o desejo nos dedos e a vontade de sermos um. E eu, que finalmente me encontrei no centro das tuas mãos, fiz amor contigo, no extremo verdadeiro da palavra amar.
 
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