Poema que é bom
acaba zero a zero.
Acaba com.
Não como eu quero.
Começa sem.
Com, digamos, certo verso,
veneno de letra,
bolero. Ou menos.
Tira daqui, bota dali,
um lugar, não caminho.
Prossegue de si.
Seguro morreu de velho,
e sozinho.
Paulo Leminski Filho
(✩ 24/08/1944 — † 07/06/1989)
Autores Clássicos no Luso-Poemas
[do livro Distraídos Venceremos]