Minha amiga, minha doce e magoada amiga
Porque será que eu te vejo agora, triste e caída?
Não te sinto doente nem sequer vejo em ti alguma possível ferida
Mas sinto sangue tristemente correndo, brotando de ti e de teu coração pequeno
E isso me magoa, não sei que te diga, a não ser: me perdoa…
Terá sido meu cruel abandono, o mesmo que um animal de estimação sofre por parte do seu dono
Ou terá sido por uma imposição do destino, o mesmo que te ligou estranhamente a mim, no mesmo templo sagrado que era tua vida em que eu entrei sem conhecer dele o seu fim, como mais um místico mas destruidor peregrino?
Mil e uma criações, todas elas feitas a partir de puras ilusões e nossa amizade quase que transbordou, tu me amastes a mim minha amiga querida e meu coração a ti simplesmente sempre te falhou
Nunca ames um poeta to disse mil e uma vezes, um poeta tem palavras bonitas mas nascem de ideias por ele distorcidas e tudo isto numa mente que já sofreu muitos revezes
E choras por teus lindos olhos tudo que te vai agora no teu frio coração, tuas lágrimas arrefecem em teu belo peito o que um dia foi uma enorme fogueira alimentada apenas a paixão
Minha amiga não tento me perdoar, nem sequer quero mesmo que aceites minhas desculpas sinceras, apenas quero que pules sem mim esse teu outono da vida e vivas eternas primaveras…