Horizontes em chamas,
há alguma harmonia no ar,
mas nada para celebrar.
Hoje, o sol ainda brilhou,
aquecendo o meu caminho,
abrasando a minha esperança,
na busca constante,
de um bálsamo fulgurante,
que sanará todos os males.
Avanço entre sorrisos tristes,
ao som de melancólica cantiga,
entoada ao longo do caminho.
Mas uma esperança existe,
e persiste, e resiste,
quase um chiste!
Barreiras de bronze frio,
caem sobre os barcos de papel,
que me conduzem
na busca desesperada.
Cego, surdo e quase mudo,
no meio do campo sem amor,
eu caminho com medo
de acordar os que dormem.
Barcos de papel,
conduzem-me pelas águas sujas
de todas as sarjetas,
ajudando-me na procura.
Barulho das batalhas,
dos brinquedos e das bebidas
soam como melodias,
que tentam alegram a procura.
Em meio a tudo,
desesperado, eu continuo
na busca até agora inútil
do bálsamo que sanará todos os males.
Tenho esperança
de encontrá-lo um dia,
pois dele eu preciso
para sanar as feridas
de meu coração
que vive só de incertezas,
expectativas de que não seja vã
a minha busca desesperada
do bálsamo milagroso
que sanará todos os males.
" ...descrevo sem fazer desfeita,
meu sofrer e meus amores
não preciso de receita
muito menos prescritores."