As margens do rio
estão secas
a água do leito
não as aconchega
enrolasse e fica no centro
não faz a rega
às folhas da Primavera
o Outono veste de dourado…
O Inverno de branco estendido
ergue glaciares
entornado da humanidade
que já não bebe nas margens
nem entrega ao semelhante
a igualdade de uma só verdade…
Os rios secam as águas doces
com o sal do meu olhar
a transbordar mágoa
que não se apaga
parece oculta
não sentida
mas é vida como uma ferida
a escorrer vermelho canalha
com folhas
a enrolarem as correntes do rio
no vento invernio
que os rostos
me entregam na retoma
desta utópica viagem!
Ana Coelho
Os meus sonhos nunca dormem, sossegam somente por vagas horas quando as nuvens se encostam ao vento.
Os meus pensamentos são acasos que me chegam em relâmpagos, caem no papel em obediência à mente...