Entristecido pela distância aparentemente infinita de um possível segundo sonho. Nosso Plebeu adormece noite após noite aguardando o dia em que poderá seguir sua experiência. Não é possível impor ou marcar uma data, o sonho parece não voltar.
Já com a esperança esvaindo-se o moço aguarda mais uma noite como todas as últimas; frias e vagas.
Mas como um presente inesperado, da mesma forma em que lhe foi tirada da última vez, sua princesa retorna após algumas horas de sono.
Aquele é outro momento especial, talvez o segundo, como também pode ser o último.
Feliz ele sente novamente a leveza e graça da bela que tanto espera reencontrar em seus sonhos. Dessa vez não é diferente, estão no espaço reservado para aquela ocasião especial.
Entre móveis simples e uma decoração humilde, o jovem plebeu troca palavras com a moça que dessa vez está muito disposta e sorri com muita facilidade. A alegria do plebeu não pode ser calculada ou medida por instrumento algum que qualquer homem já tenha criado.
Debruçado em uma velha cadeira ele ouviu lindas palavras que soou como música tirada do mais afinado instrumento, também falou de coisas aparentemente banais, sentiu-se como uma criança ao lado daquela que em seus sonhos ocupava a posição de amiga, confidente e amada.
Enquanto observava o jeans envelhecido que ela vestia, parecia que viajava entre seu sonho e a realidade do momento, parecia desejar tirá-la daquele espaço surreal, e assim nunca mais estaria privado de sua presença.
Com um sorriso impossível de esquecer, ele levantou-se para buscar algo na sala ao lado. Ao atravessar o batente da porta se deparou com paredes brancas, foi quando lágrimas lhe veio aos olhos. Ele estava de volta à seu quarto, foi um sonho, mais um lindo sonho que terminou...
José Ferreira