Olhos firmes no firmamento...
Sentados no cume da colina,
Eu e o amor de minha vida...
Sopra perfumes o deus vento
Em uma ligeira neblina estival
Entre as ramarias dos jardins...
Passam mil essências pelo portal
Trazendo perfumes dos jasmins
E das roseiras rendadas de flores...
Passam nuvens efêmeras esvoaçando
Em formas de sombras, pelas cortinas
Feitas de forma artesanal, toda em xadrez,
Como monstros bestas de plástico voando
Em telas de teatros mambembes japonês...
Rompe o espaço anil do manto cristalino
Um beija-flor que logo se perde entre os lírios...
Do nada, ele rasga a copa das árvores intonsas
Com raios flamejantes emitidos das asas tontas,
Revoluteando, serelepe, com uma monótona
Insistência ao redor das ervas todas douradas
De uma derramada e odorosa madressilva
Que tornava aquela tarde ainda mais expressiva...
Repouso merecido ao deus Sol atrás dos montes...
Morre o mundo neste instante...
Dedos entrelaçados...
Olhos e mentes no horizonte...
Gyl Ferrys