Desesperam-se as vontades,
Perdem-se as razões,
O mundo tumultua-se,
Revolta-se, intriga-se e conspira!
As pessoas sofrem por carências várias,
A fome assola continentes,
Flagela injustamente inocentes,
O frio penetra em corpos nus,
E mata congelando almas!
Crianças partem prematuramente,
Combalidas pelos males que não pediram!
E a terra gira em torno do seu eixo,
Nas vinte e quatro horas de um dia,
Sem parar de nos surpreender,
Nas suas belezas e destruições!
Interrogamo-nos, porque se morre,
Tantas vezes em sofrimento,
Outras repentinamente
E teimamos em fazer as mesmas asneiras,
Enfrentando os perigos,
Desafiando as gravidades
E cometendo loucuras,
Provocando a morte!
Resguardamo-nos na carapaça
Do milagroso e velho ditado,
Há esperança,
Enquanto há vida...
José Carlos Moutinho