Uma flor nasceu do caos sentimental, como nasce a vida no universo, e a poesia em palavras vazias.
Como despertam estrelas à Noite? Como morremos no meio do Quinto Ato, contrariando o mestre Ibsen?
O que importa é que a ausência de sentido tem toda poesia ao seu dispor. Tudo e nada dançando um ritmo novo, como o delírio febril produz metáforas que mudam nossa visão do mundo e do céu!
Quem me dera rir o teu gozo e beber o teu choro!
Mas é possível! Sim! Somos diabos e anjos! Poemas escritos num livro antigo perdido, e versos não feitos ainda, mas que aqui sentimos o cheiro!
Ah! Essa maldição de ser mais que perfeitos ainda nos mata!
Essa paixão pela Noite e Orfeu nos fará imensos como as galáxias!
Esse caos fará brotar flores do lodo e lírios no fogo do inferno!
Deixa de ver e olha pro poema como se fosse tua vida inteira exposta nua pra Deus no Juízo Final — como carta de Tarô!
Crava esta Espada no peito! Enfia estas palavras como punhal na alma! Grita a dor como último orgasmo!