Queria eu entregar-me ardente a esse amor
Despedir-me solenemente da tristeza
Que domina completamente meu ser
E dilacera minha alma vazia
Queria transbordar-me de alegria incontida
E contentar-me com poesias perdidas
Fragmentos do amor que minha alma cogita
Restos de sonhos que o silencio inspira
Queria eu desejar-te
Como o sol deseja a aurora
Como a lua deseja a noite
Como o silencio deseja as palavras
Em teus lábios perdidas na imensidão
Queria eu ser ternamente
O sol que te ilumina a vida
A lua que de inspira a noite
Nas palavras que te povoam os versos
E te lançam na mais linda sinfonia
Queria eu simples e ingenuamente
Existir imerso em sua vida
Deixar de lados os sonhos
E realizar os sentidos...
Queria simplesmente ser tua vida...
E nesse querer tão sentido, tão intenso
Entrego-me aos teus lábios
Refresco-me no calor do seu abraço
Desfazendo-me dos silêncios que
Cercavam-me as palavras
Que pronunciavas ao vento
Mergulho então sem medo nos teus sentidos
E bebo em teu cálice vivo,
O perfume do seu sorriso
Embriagando-me de teus olhos
E me jogando em teu abismo
Num ultimo suspiro,
Recolho os meus sentidos
Abraço-te no limiar de minha vida
E me desfaço em mil pedaços
Que me estilhaçam a agonia