Tenho um nome notável, mesmo assim sou ninguém, como todo mundo. Minha história uma estória falha. Vou contar dos meus nós. Como esse na minha garganta há algumas horas, até mesmo enquanto caminho impassível pela cidade. Faz um bom tempo que costumo andar solitário, no início foi grande passo para "a fuga", mas agora não faz mais sentido, é vazio, talvez eu seja também. Não importa se sou velho ou jovem, aquilo que se sente e é bem nosso, se dá na mesma intensidade, independe da estrada. Saturado de lutar contra o mundo, comecei a lutar contra mim. Descobri que, inevitavelmente, eu sou este lugar, eu sou algumas pessoas, e me perco de mim tantas e tantas vezes que... Aqui sou, nem sei bem se estou, e observo quem vem e quem vai. Dia desses conheci um tipo comum e amigável à primeira vista, porém, seu prazer máximo é contar com muitos admiradores, e nada tem a oferecer verdadeiramente à alguém. E me perguntei: é feliz? Com essa publicidade falsa que faz dele mesmo, o que ganha, com efusividade enfadonha, sorrisos afetados? Só consegue estender a mão ao seu próprio reflexo nada belo no espelho. Continuo por eu mesmo, por enquanto... O vazio crescente me acompanha. Já tentei preenchê-lo, assim como muitos homens. Usei da arte, da cultura, do dinheiro, do amor, enfim, do modelo que felicidade que nos é proposto. Ou seria imposto? Hoje não vou cantar ao amor, ele me deixou o nó maior de todos, só amanhã, quem sabe. Ah, bons tempos aqueles de esperança, mas a minha foi apunhalada. Talvez ela ainda exista, uma esperança não desesperada, e sim mutilada e ignorante, que me move sem precisar a direção. E será? Haverá algo que me tire das andanças desenfreadas, que desamarre os nós, diminua o nada, encontre a mim, vivifique a estrada? O que será?