VEREDAS DO ÉDEN
Volatilizo todo o meu tino
Na euforia do destino
Em ânsia descontrolada,
Sigo reto em curvilíneas,
Volteio nas longarinas...
Estanco na encruzilhada!
Veraneio em águas turvas
Num deserto sem chuvas
Em um vergel de nostalgia.
Sigo passos embriagados
De ébrios já deslocados
A caminho da periferia!
Sou número na sociedade
Sem média pra eqüidade
Nas doações dos valores,
Mas... Retiram-me o sumo!
Fico vagueando sem rumo
Desnivelado dos favores.
Perambulo pelas avenidas
Sem ter metas definidas
Nem destino predominante.
Sou um viandante solitário
Levo minha cruz ao calvário
Tropeçando a todo instante!
Em cada levantar arfante
Peço arrimo ao passante...
Recebo escarro no rosto!
Só da cruz recebo o amparo
Pra seguir o meu rosário
Ao Éden por Deus proposto.
Oh! Deus meu das infelizes
Que escolhe... Meretrizes!
Deixando beatas no inferno.
Pra Ele só vale o espírito
E, nunca, o valor do grito
Do pobre corpo subalterno!
(aa.)S/A/ BARACHO.
conanbaracho@uol.com.br
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