Não invoques os fantasmas brancos
Das fadas do caminho
Que ao alvorecer
Tombaram mortas
Sedentas de carinho
Mais longe... mais alto...
Mais além do além onde não haja aléns...
Nem céus limitados
Nem estradas cinzentas...
Nem caminhos cortados...
Nem noite sem estrelas...
Mais longe... mais alto...
E deixa-te morrer devagarinho...
E canta
E sonha
E reza
E dá amor a quem pedir Presença
E dá ternura a quem mendigue Dor
E dá Sonho a quem tenha Amargura...
Não invoques os fantasmas brancos
Dos sonhos que se foram
E nunca mais virão...
- Não conheces
Aquela história triste
Dum triste coração?
- Mais longe... mais alto...
Até matares em ti essa sede de Dar...
E canta
E sonha
E reza
Mesmo que lá dentro
Onde nunca chegaram
As vozes deste mundo
Tu sintas
Baixinho
A alma a soluçar...
Maria Helena Amaro
In, «Maria Mãe», 1973
http://mariahelenaamaro.blogspot.com/2011/12/fuga.html
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