Apetite voraz rodeia-me, amordaça;
Predador insaciável sem controle
Meu instinto de nobreza traiçoeira
E meu cheiro de perfume suicida
Acalento-me de desejos refutados
Atormento-me de verdades inverídicas
Subalterno de uma fêmea desprovida
Estremeço pelo golpe que estar por vir
A lábia que me abate ataúde...
Uma alcatéia de mordazes meretrizes
Um eclipse do sol acasalando com a lua
Faz-me vociferar pelas entranhas do focinho
No baluarte que sustenta a lua
No rapel do sol as escondidas
Chamo-te como a morte, sozinha e repentina
Te amo como a sorte me acalenta de morfina
E no tear do destino faz tecer a minha sina
Oh minha amante arrebatante de rapina
Sem perceber me dei conta que sou a presa
Por que me faz implorar, me faz uivar, minha dor toesa.
Marcelo Henrique Zacarelli
Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Village, Janeiro de 2012 no dia 04.