Poemas : 

a prata do poema

 
deixo sempre de fora
a prata do poema
a que finjo não ver,
e ando à roda do sentido
para que ele
não me encontre
não me bata
não me derrube
não me obrigue a olhá-lo
de frente até que a lágrima
me tinja o desespero.
não quero construir de tinta
no relevo no papel
tudo o que me falta
uma sinfonia de pássaros
uma palavra de água
um mapa para a ilusão.
então tacteio a noite
dentro de mim
da saudade
ao abismo
do esquecimento.
tenho na vida
apenas um tormento
os nós dos meus medos
confessados
por isso
fecho em gavetas
fundas
meus versos decifrados.

 
Autor
RoqueSilveira
 
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Enviado por Tópico
Vania Lopez
Publicado: 22/01/2012 01:06  Atualizado: 22/01/2012 01:06
Membro de honra
Usuário desde: 25/01/2009
Localidade: Pouso Alegre - MG
Mensagens: 18598
 Re: a prata do poema
e qualquer palavra é desnecessária...
(obrigada) bjs


Enviado por Tópico
LuizIris
Publicado: 22/01/2012 02:57  Atualizado: 22/01/2012 02:57
Participativo
Usuário desde: 18/11/2006
Localidade: Epitaciolândia-AC
Mensagens: 45
 Re: a prata do poema
Lindo poema querido...
Parabéns...


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 22/01/2012 10:18  Atualizado: 22/01/2012 10:18
 Re: a prata do poema
Há palavras onde paro e permaneço, porque são
"os nós dos meus medos
confessados"

Um beijo, Roque Silveira


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 22/01/2012 23:48  Atualizado: 23/01/2012 00:23
 Re: a prata do poema
as vezes fazemos dum poema veículo para se atenuar as tensõe, os receios, os medos; ditos nas entrelinhas. apenas os grandes segredos ficam engavetados, ao menos por algum tempo. até a poeira baixar... depois é só desoxidar a prata...
beijo Roque e aquele abração caRIOca.
zésilveira


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 25/01/2012 18:15  Atualizado: 25/01/2012 18:18
 Re: a prata do poema
*O íntimo do poema, esse que é a essência verdadeira do poeta, é tesouro guardado.
E ouso dizer que esse é lido, sentido, talvez somente pelo próprio poeta...
Uma poesia para guardar, feitura do teu dom da palavra.
Beijo-te com admiração
Karinna*