Tua sétima palavra,
Não foi palavra para o homem.
Entregastes o Espírito ao PAI
Quando ainda tinhas o corpo,
Êsse corpo que era de homem
Mais humilde e mais ferido,
E cuja sombra fatigada repousa
Em todas as pedras da Judéia.
Sim, destes tudo, porém a medida
Ainda não está completa,
É necessário que voltes e olhes
Dêsde esta praça de suburbio,
A vitrine nossa
E as coisas que nos chamam,
E então se o quizeres
Pregarei Teu Nome
Por templos, mercados, cinemas.
E verás como há um chefe de sinagoga
Que me pagará sessenta dentarios por teu corpo.
E então talvez eu seja o dado
Que rife de novo tuas únicas vestes.
E TU novamente dirás :
"Pai, em Tuas mãos entrego o Meu Espírito."
Rui Garcia