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não tirem o vento às gaivotas - sampaio rego sou eu
tempo moderno. no homem a máquina e na máquina o homem – os antepassados não compreenderiam. eu. também passado. ou quase .compreendo porque ouço vozes a dizer: está tudo bem. correu tudo bem. a pedra foi dinamitada – raios de pedra. implodiu dentro de um eu onde moram outros eus: a família. os amigos. os abraços. os cumprimentos. e aqueles que do simples bom dia fazem ressuscitar o tempo dos bisavós – bom dia era unicamente educação – pum. momentaneamente deitamos as mãos aos ouvidos. a implosão é sempre uma explosão nos tímpanos sentimentais – ouvi dizer que os ouvidos estão presos ao coração por lágrimas que ainda não foram choradas – mas não. o barulho era enganador. traumas do que ouvimos noutras vidas – por aqui é festa. é garrafa de dom pérignom. explodiu de alegria enquanto do céu caem mil confeitos. com mil cores. há quem diga que são lágrimas secas. outros. com mais fé. dizem que são sorrisos de quem o espera no passeio da foz – ainda há mar para ver