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Aglutinemos nossas almas, talvez possamos dar um pouco de alegria à nossa infindável tristeza.
Por acaso já repararam nas aventuras tão próximas da condição humana? Em que nenhum sol gira à volta do corpo estático, porque nenhum sol suspira a vaidade do mesmo e tão veloz como a luz e do tamanho de um grão de areia a respiração do corpo pulsa a voz do lamento com pancadas de agulha fina o comodismo do homem no seu único movimento. Ofegante, esta manha, direccionei o medo para as minhas velhas asas, para as minhas penas, o que seriam dos humanos se ingenuidade não fosse uma palavra conhecida? Se as crianças na sua douta ignorância não cantassem histórias de homens barbudos e com olhos de bruxa. Não as ensinem o que é o medo nem sequer o que é silêncio. Preocupa-vos mais com os que elas cantam nos seus desaforos e gritos e birras e azáfama. Saberão certamente solucionar todas ou uma grande parte das suas fantasias, afinal, também vocês já foram crianças e também do confortável ventre nasceram. Pelo meio-dia deste dia solar, enquanto os noctívagos descansam o primeiro sono cobertos de pedras, ouço as máquinas escarafunchando a terra e arrancando as raízes das árvores, nada disto me preocupa mas sim, o gesto profano dos lenhadores. E quando não houver mais árvores e quando não houver mais terra, para onde se dirigirão eles? Este ciúme grosseiro movimenta-se para alem da estrutura do homem para além dos pensamentos do mesmo e cobrirá todo o universo. Neste caso direi, não vos preocupeis em morrer mas sim, é preciso saber morrer para voltar a nascer.