O gatinho malhado andava triste pela casa,
Não conseguia abocanhar o ratinho que roera a meia da vovó,
Haveria de apanhá-lo, comê-lo, sem piedade nem dó,
Por isso resolvera esconder-se atrás de um móvel da sala.
Tarde da noite quando todos se retiraram para seus aposentos,
O gatinho tomou assento e ficou sozinho de tocaia,
Era preciso pegar o bandido que vivia de gandaia
E que dava prejuízos sem importar-se para aborrecimentos.
Eis que o ratinho aparece no meio da madrugada...
Sorridente, passa bem em frente ao focinho do inimigo
Que de tanto esperar dormira profundo diante do perigo
E ainda teve sua cauda roída porque estava suja de mangaba...
E no dia seguinte ainda teve de escutar a chateação
Do povo da casa que comentava:“Este gato serve para nada não!”