Virou escambo a vida - barganha de produtos,
Aos olhos do Pai isto decerto não é normal,
Uns consomem produtos de extremado valor
Quem não tem o metal – farta-se do pão em bolor
Expondo a miséria morbosa d’uma camada social.
Lazeira deflui pelo ralo, dores, gritos ao léu,
Por baixo das marquises meninos imundos
Sonham com carro de pau, pião, bola de meia,
Presentes espaciais - naves d’outros mundos,
Sobre o clarão lácteo e cabalístico da lua cheia.
Vão os olhos tétricos onde a vista turva pode,
De carências repletos – livres, ricos d’esperança,
Desejar inocentemente o sustento, a mesa posta,
Pedindo ardentemente o que demais gosta
P´ra suprir a miserabilidade mórbida de criança.
Perplexo o Cristo observa do céu a cena,
Ele porventura decerto o infante ser pudesse
Sem casa, sem ricas vestes, sem algum alimento,
Sem presentes não ofertados, sem acolhimento,
Sem mãos que postas ao céu erguessem em prece.
É de todo, o pão não repartido, mau exemplo,
Decerto o mundo pelo Amor não ‘stá governado!
Quem esquece a mensagem do Cristo nascituro
Anda sem luz - em cegueira, está em pleno escuro,
E pelo sangue – pela morte do Rei não foi libertado.
Jadson Simões