A vida é tão cheia de caminhos, descaminhos, procuras e encontros e desencontros, certezas e incertezas, neste mundo tão amplo, vasto, vazio de esperança que não queima nos corações... Mudanças frias, calculistas, desmedidas, puras e corruptas e as dores...? As dores que nós carregamos, compartimos, queremos esquecer, apagar, dizimar, fugindo do apagar das Eras, porque, lá no fundo, sentimo-nos infelizes, deseperançosos, medrosos, covardes do que somos, do que podemos ser e não ser, esquecendo-nos de nossas verdadeiras essências perdidas, nossa inocência ferida, nosso sentido ético-moral violentado por corruptos e abruptos pensamentos, (pre)conceitos, f(utilidades), r(evoluções) não conquistadas em um acerbo contraste da natureza humana em alienação liquefeita de sua origem, de sua existência e d(esistência), uma vida apagada e de culpas e desculpas, porque os erros que comentemos ferem a nós mesmos, não somente aos outros, assim como o que fazemos pode mudar a nós mesmos, e não somente os outros, o que sentimos, o que pensamos, o que temos, com o que sonhamos, o que tememos, do que nos escondemos, com o que nos ferimos, o que buscamos, e o que deixamos de buscar, do que fugimos, pelo que seremos ser encontrados, o que e quem amamos, o que e quem odiamos, o porquê de tudo se perde em nós mesmos, porque fugimos de quem somos, ou esquecemos quem somos... Se formos entender cada coisa das nossas vidas, cada complexidade de nós mesmos e dos outros, o que é alheio, duvidoso, cruel, truculento, voraz, veraz, errôneo... se nós precisarmos disso, então, podemos nos achar perdidos, morrendo sem esperanças de nada... Viver é duro, perigoso, motivador, desmotivador, tenso, como sonhos perdidos no calor batente de uma ébria jornada, aventuras e desventuras, frenesis, delírios, devaneios, disparates eloqüentes... Vedes o mundo está perdido em uma alienação de si mesmo? Ou nós que estamos? Onde foi a humanidade parar que nos restava? Os nossos orgulhosos semblantes sem status roubaram a inocência, restando só a lucidez acerba, de(mente), de nossos atos, ferindo o ser humano... o que transforma o mundo? Você poderia ser esta transformação? Dizem que o Amor/ bem prevalece? Mas o Amor, o que seria? Não seria uma aberração subversiva do ser humano, por tantas vezes que ele o procura e o encontra e o desencontra? Não teríamos nós, corrompido, violentado, desvinculado, desmistificado, exorcizado, excomungado, desapropriado o Amor? Viver não é tão simples, nem tão complexo, não é tão alegre nem tão triste, não é luz nem trevas, não é querer nem querer menos... isso porque somos criaturas fúteis, voláteis, flexíveis, e às vezes, inflexíveis...
Davys Sousa
(Caine)