Ultimamente, digo com toda verdade,
Não tem me movido nenhuma vontade
Que me faça ferver em febre poética.
Vejo apenas possibilidades patéticas,
Alguns sonhos e várias ideias hipotéticas
Que carrego desde a minha puberdade.
Temo cair no erro e pecar nos enganos
Mas não creio mais nos seres humanos
E vejo bem distante de mim a tal felicidade.
Receio ferir aqueles que eu mais amo
Pois acoberto todos em conchas azuis,
Em cestos de flores tendendo ao cigano,
Em mares de líquidos, em jactos de luz...
Por isso hoje estes versos poucos e confusos,
Essa amálgama de angústia, poema e dor;
Como se me apertassem mais de mil parafusos
Afastando de mim o meu verdadeiro amor...
Por isso essas linhas roxas e travestidas,
Por isso esse meu modo coxo de escrever:
Meu bosque não nasce mais margaridas.
Tenho sentido muitas saudades de você.
Gyl Ferrys