No Brasil o correto está trocado.
Ao bandido concedem remissão,
Do decente a morada é prisão,
Quem estupra por fim é libertado.
Ao colégio quem vai é baleado
Num cenário sangrento e deprimente,
A mortalha soturna encobre a gente,
Que não vê um futuro promissor;
Quem legisla, legisla ao seu favor,
Pra desgraça d’um povo mais carente.
Esse povo - tão pouco protegido,
Foi jogado ao decesso - é verdade!
O bandido fuzila por maldade
Quem trabalha pra o filho ser suprido,
Olha o órfão seu pai morto – estendido,
No cenário dantesco de horrores,
É a morte nas mãos de matadores,
Espalhando o terror por todo lado;
Todo povo deixando encarcerado
A grilhões, aperturas, dissabores.
Há pergunta pra qual não tem resposta,
Porque não convence a povo descrente.
O político mostra-se demente,
Omissão vergonhosa em mesa posta,
A mentira é prova que não gosta
De aplicar as normas desta nação.
Os direitos reais de todos são:
Liberdade, igualdade, alfim a vida.
Mas a lei feita acolhe o homicida
Do volante, que mata sem perdão.
Jovens mortos em plena puberdade
Por carrascos desprovidos “de dolo,”
Filhos cedo tirados são do colo
De mães que choram por mágoa e saudade.
No Congresso leis sem moralidade,
Normas feitas que encobrem criminosos,
Assassinos, carrascos e asquerosos
Postos livres por mísera fiança,
Depois que trucidam uma criança,
Arrastando-a, quebrando os frágeis ossos.
...Desse jeito não há cura - remédio,
É gangrena inserida até na entranha,
Cresce o crime - se espalha mais a sanha,
Na voraz fome que jamais cai em tédio.
Se apodera do jovem pelo assédio,
Com temor o domina, sim solapa,
Foge o povo perdido e não escapa
Da necrose do crime na epiderme,
Come nossas entranhas feito verme,
Mata nosso Brasil, risca-o do mapa.
Jadson Simões