Quanto espaço, e em partes, tempo!
Temo estar alheio ao inteiro,
Eu, pequeno piolho do todo.
E tudo são flores em jarros de dores,
cheios de água dos lagos de risos úmidos
de saliva, seiva da língua, solvente da mentira
Sol, vento, a mente ira.
E minto para mim, para o espaço,
na parte pequena em que caibo.
Minhas flores são de plástico,
Minhas dores são vasos de pura porcelana polida
Vivida e revivida, porque é doendo que se aprende a mentir
E o riso nem sempre é fácil, seca, cede.
Quiçá a saliva salve, sane a sede.
Sê tu! Sê tu!
O tempo, espaço, as flores, as dores, e tudo.
Sê assim, inteiro. Cheio de ti.
Sol, vento, a ira da mente, já calma.
A alma mente, mas tu,
assim tão cheio de si,
e tão sem alma, não.
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