Poemas : 

Canção do vento

 
Canção do vento


Corre as folhas apressadas, tão geladas
A chuva ameaça cair, ferozmente
A escuridão é devasta negra, assustadora
Os pássaros fogem para os ninhos, rápidos
Os sons aumentam pelos céus zangados
Entre raios e trovões, entre granizo caindo
Gentes que fogem para abrigos, o medo assola
Vidros partidos, telhados arrancados, o vento
Grita, movimenta o medo da terra gelada
E tudo ele leva, tudo ele arranca entre lamentos
Aquela velha arvore tão velha com mil anos
Foi levada pelos lamentos do triste vento, gemendo
A roupa arrancada dos varais dança alegremente
Cantando, sou livre como o vento, livre para voar
Aquele velho alpendre do tio Manoel, se foi rápido
A tia Emilia chorou era a sua casa com cem anos
Mas o vento vingativo, não se segurou e ameaçou
Levar o resto da casa de vez, levar a gente, arrancar
Corações da terra, do mar e dos pobres rios, gemendo
Em grande fúria, devastando, girando, correndo, apenas!
Mas o grande Sol apareceu, as nuvens sumiram as aves
Voltaram felizes, rasgando o céu azul, nada aconteceu
Apenas foi a canção do vento, sempre veloz na sua destruição...




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Betimartins
 
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