CONTEMPLAÇÃO
Que dor é aquela que dói mas não mata
Que muito maltrata sem dó nem perdão
Desde pequenino se vê no menino
A dor nos seus olhos e em cada expressão.
No gesto, na fala e quando se cala
Por dentro retalha o seu coração
E estende os braços buscando o regaço
Do amor só o laço da compreensão.
Em quem se comova encontra guarida
Curar a ferida é sua intenção
Embala seus sonhos em mãos ansiosas
Em vê-lo, aos poucos, livrar-se então
Os seus desencantos, secar o seu pranto
No seu acalanto, na sua missaão
Ser porto seguro, sonhar um futuro
Fugindo ao descaso da contemplação.
E ele confia, se entrega nos braçoa
De muitos abraços e muita afeição
Confia que a vida em sua dureza
Judia, castiga, mas não dobra não.
Os que são amados e acompanhados
Por quem se consterna da imolação,
De tantas crianças perdidas no mundo
Se livram do ultraje e da consternação.
Que nunca desistam da árdua tarefa
Que só quem conhece sabe a condição.
E esses meninos, eu tenho a certeza,
Por toda uma vida não se esquecerão!