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CONTEMPLAÇÃO

 
CONTEMPLAÇÃO

Que dor é aquela que dói mas não mata
Que muito maltrata sem dó nem perdão
Desde pequenino se vê no menino
A dor nos seus olhos e em cada expressão.

No gesto, na fala e quando se cala
Por dentro retalha o seu coração
E estende os braços buscando o regaço
Do amor só o laço da compreensão.

Em quem se comova encontra guarida
Curar a ferida é sua intenção
Embala seus sonhos em mãos ansiosas
Em vê-lo, aos poucos, livrar-se então

Os seus desencantos, secar o seu pranto
No seu acalanto, na sua missaão
Ser porto seguro, sonhar um futuro
Fugindo ao descaso da contemplação.

E ele confia, se entrega nos braçoa
De muitos abraços e muita afeição
Confia que a vida em sua dureza
Judia, castiga, mas não dobra não.

Os que são amados e acompanhados
Por quem se consterna da imolação,
De tantas crianças perdidas no mundo
Se livram do ultraje e da consternação.

Que nunca desistam da árdua tarefa
Que só quem conhece sabe a condição.
E esses meninos, eu tenho a certeza,
Por toda uma vida não se esquecerão!

 
Autor
Salete Gurgel
 
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