Que o meu Natal seja Vosso, também!
As cambalhotas que a vida dá
Marcado ainda por um exílio forçado
Muitas vezes, jurei não mais voltar
Por continuar grande o desprezo encontrado
Amigos tenho que me reclamam
Recusas invento para os sossegar
Insistem para que me meta ao caminho
Porque nada mais me pode enjeitar
Do poder ao querer vai um grande passo
Vontade não tenho, saudades também não
Rever o quê, se os meus lá não estão?
Visitar esqueletos de pedra e betão?
Pois é, uma vez mais, outra coisa a vida me ensinou
Volvidos tantos anos, meu filho as minhas passadas pisou
Não foi guerra, não foi sonho, foi a desgraça de um país
A França regressei e, com ele vou viver um Natal feliz.
23/12/2011 – Breuillet, Arredores de Paris
Roque Soares