Acontece que eu sou tão pequenininha, tão sem-gracinha, tão no diminutivo. Sou menina miudinha, causo tanto problema. Tenho um corpinho miúdo, sem curvas, sem chance de estrelar capa de revista. E esses meus cabelos bagunçados, que saem num emaranhado maior pela manhã. Esses meus braços fininhos, minhas pernas magrinhas. Vivo falando de sentir, de colorir, de flores, de coisas tão infantis. E ele, Zé… Ah! Ele é tão alto, bonito e corajoso. Tem braços firmes, um toque sutil e me beija com carinho. Ele não consegue disfarçar o brilho no olhar quando me fita e gosta de me puxar pela mão. E aí eu sorrio, apesar de sentir um aperto no peito quando uma moça alta e curvilínea passa por nós. Mas ele me toca os lábios e sussurra baixinho aquelas palavrinhas agradáveis, então eu abro meu sorrisinho amarelo, me perco e peco.