Mudança
Dança distante
Corpo
Fado cintilante
Brilho intacto
Toque cortante
Nos dedos de outra mão.
Bela sem senão
É o dia por que esperam
Esses, que dançam
Sangrando
O fado que aguardo
É fardo,
Coisa pesada
História morta
A vida parada
Que observo
Naqueles que sangram
Pelo que eu aguardo.
Depois salto,
Salto de salto alto
De elegância destreinada
Para a cortina final,
Que puxo
E repuxo
Porque se pega
Ao chão fatal
Que um dia
Serviu meus pés
E agora me tira o ar
Que rareia no mar
Em que me afogo
Logo que a hora
Chega...
Afoguei-me feliz
E depois de morto
Acordei!