Ainda a procissão vai no adro
Já é longa a grinalda
No reino canta-se o fado
Cala-te se não se cala
Se não se cala calo eu
Calas tu eu calarei
Ainda a procissão vai no adro
E o reino amofina em lei
Em lei que não é grei
Arre chiça que é demais
Do que foi que me lembrei
Plantar couves nunca mais
Agora que me pula o pé
Estou de asas cortadas
Se eu entrar no banzé
Terei as favas contadas
Ainda a procissão vai no adro
Falta rezar a missa
O prior está resguardado
Ou então está com preguiça
As couves e os rabanetes
Com a geada se vão safando
As alfaces em ginetes
Aos poucos já vão murchando
Por este andar estouvado
O reino ficará ás moscas
Sobrarão para cantar o fado
Os fakes em quadras soltas.
Antónia Ruivo
http://poetamalditoporentreaspedras.blogspot.com/
Era tão fácil a poesia evoluir, era deixa-la solta pelas valetas onde os cantoneiros a pudessem podar, sachar, dilacerar, sem que o poeta ficasse susceptibilizado.
Duas caras da mesma moeda:
Poetamaldito e seu apêndice ´´Zulmira´´
Julia_Soares u...