Chora-me a alma,
No mar que embate nas rochas das minhas mágoas,
Por onde escoam lágrimas da minha saudade,
Das paixões vividas e sonhadas,
Em quimeras tantas vezes imaginadas,
Que o tempo deixou esmorecer!
Imagino-me a falésia,
Sofrendo a agressão da água da minha tristeza
E nem o brilho do sol,
Aquece a minha nostalgia,
Refletida no dorso deste mar azulado,
Abraçado e beijado pelo céu, lá longe no horizonte!
Deixo-me levar no murmurar das ondas,
Que me sussurram palavras de esperança
E me exortam a sentir a carícia da espuma,
Despertando os meus dormentes sentidos,
Para a busca de novas emoções.
José Carlos Moutinho