Amar é assim!
Ainda meninos depressa crescemos
Com um chamamento moços seguimos
Veneramos fontes e delas bebemos
Sem receios nem medos tudo o que pedimos
Decalcamos sombras que nos tolhiam
Para recordarmos o que não seríamos
Alertas e outros apelos nos chamariam
Decididos a penumbra fecharíamos
Experimentamos sentimentos proibidos
Com eles derrubamos muros erosados
Inventamos caminhos revestidos
Com segredos nossos, desejados
Uns e umas, todos, repetidamente
Os sonhos de Cupido quisemos abraçar
Ao encontro do desejo ardente
Esculpimos poemas para os alcançar
Já nem sei, tu, tu e tu, por onde parais agora?
Vezes sem conta de Vós me recordo
Do melhor me lembro em qualquer hora
Bem sublime sóis para mim quando acordo
Voltar queria mas poder não descubro
Trocava parte do que sou por muitas emendas
Viveria de novo com meu rosto rubro
Declarações de amor com palavras e prendas
Escrevi versos e pontes lancei
Aproximar-me queria de quem amava
Confiei-os ao vento, não os entreguei
Não sei a morada de quem procurava
Momentos houve de tal desencanto
Em que desejei, para sempre sucumbir
Sem notícias nem sinais, algemado no meu pranto
Gritei, na sombra não, vou conseguir!
Desvendando lições não aprendidas
Deitei-me nos versos e nas palavras que juntei
Tropecei muito tempo em almas vendidas
Eis que em poeta militante me tornei
17/11/2011 - Roque Soares