Os meus poemas d’oiro
Quando eu morrer
Os meus poemas d’oiro
Ninguém os há-de ler…
Falam de ti em tardes repousantes
Quando o sonho adormece
A embalar a Vida…
Falam de ti os meus poemas d’oiro
De ti que não entendes
A linguagem muda
Das frases que se cruzam
Nos meus olhos parados…
Quando eu morrer
Os meus poemas d’oiro
Ninguém os há-de ler…
Se falam só de ti,
Quem os vai entender?
Maria Helena Amaro
In «Maria Mãe», 1973