Ó Deus, que me pusestes à vida
No amor e nas suas feridas.
Sofro em querer alcançar o impossível
Por saber amar minhas dores.
Esse amor que queima atroz
Dilacerando o coração,
Sabe-se que se prende em nós
Soltando-se ao teu amor.
Chegar perto não se pode
À beleza que se sente
É algoz, e comovente
Sentir do amor,
Seu calor
A queimar minh’alma
No esplendor...
Quiseste expor teu coração a nu.
E assim, ouvi-lhe todo o amor alheio.
Ah, pobre amigo, nunca saibas tu
Como é ridículo o amor... alheio!
Mário Quintana