À minha janela os sonhos voam distantes Nas folhas de um livro sem horizonte, Leio história de uma vida que tão rápida Chega ao fim, nos adeus, em despedidas.
Quisera poder ter sentido no sangue Vibrar alegrias que já foram perdidas. Triste é o fim ausente de romance Paixão que fora sempre comedida.
Perco páginas ao fim certo e senil De poucas lembranças, sem vida Do amor, sem marcas, nenhuma cicatriz,
Que me deixasse a sonhar, mordaz, meretriz Cheia de beijos quentes, a sofrida Nas páginas de um livro chora sem porvir.
Quiseste expor teu coração a nu. E assim, ouvi-lhe todo o amor alheio. Ah, pobre amigo, nunca saibas tu Como é ridículo o amor... alheio!