Acho que apesar de todas as vezes que te escrevi, apesar de tudo o que fiz e disse tu nunca tives-te a perfeita noção do que eu sentia neste meu pequeno e insignificante coração. Apesar de todas as lágrimas derramadas enquanto esperava ansiosamente uma palavra tua tu nunca te preocupas-te se sentia a tua falta ou não.
Hoje, recordo, recordo apenas como se folhea-se um livro que apenas fui eu a escrever. Gravei na memória todas as recordações, e por mais estranho que pareça, as mais insignificantes e parvas são as que mais me recordo. Foste tu que me ensinas-te indiretamente que por vezes não amamos graças a grandes actos.
O teu constante e diário "amo-te" foi-se desvanecendo por entre as imparáveis horas e com o tempo desapareceu no meio do tal "para sempre" que um dia me prometes-te.
Admito, tenho saudades de tudo, saudades de quando te rias por eu estar nervosa, saudades de quando me matavas com cócegas e das vezes que me obrigavas a dar-te beijinhos. Saudades das vezes que me abraçavas com a força de mil furacões. Sim, é verdade, os momentos que parecem mais insignificantes são os que recordo mais.
Lembro-me daquela tarde, em que os dois fizemos a promessa de ficarmos juntos. Promessa perdida.
Nem sei porque ainda choro, porque ainda recordo com a mais profunda mágoa algo que não vai voltar.
Tenho escondido, tenho tentado esquecer e dar o amor que sentia por ti, amor que não valorizas-te, a alguem que o valorizasse. Tudo em vão... O que a minha boca pronuncia ao dizer que te esqueceu é apenas um impulso lançado pela cabeça, de maneira a proteger o frágil coração que tanto queimas-te.
Deixa, um dia também eu serei capaz de escrever com sinceridade na minha história que fui feliz para sempre...