Estranheza que se entranha e que não se compreende
Roupagens que nos arrepiam moldando os corpos
Reclusão de invólucros cruéis
Da sua origem bestas iludidas
Desabamento neste abismo de luz e sombra
Vegetando num mundo sensível como almas esquecidas
Ventania que revolve as entranhas
Turbilhão em devir feito louca vertigem!
Que não sacia a fome controladora de manhas
Delíquio para onde se transporta a inconsciência
Numa viagem inevitável e premente
Ser que anseia pela jornada em iminência
Estonteamento em hibernação de emoções
Isolamento de polémicas, falácias e controvérsias
Afastamento de insolentes ignorantes e de suposições
Manutenção do fulgor mesmo em estado de completa loucura
Bloquear os sentidos à deriva famintos
Num rio escarlate maligno de conjetura
Feras que se mordem em luta instintiva de sobrevivência
Incisivos cravados em sangue em uivos de amotinação
Extirpando a carne em pedaços de forma mordaz
Pedrados autómatos tendo um espelho em contemplação
Assim somos nós por debaixo da máscara da beleza subtil
Separados do arquétipo em pura deturpação!