Aproxima-se o fim do mundo,
A passos largos e incessantes.
Brandem esses céus enraivecidos
Outrora vulcões adormecidos.
Troveja essa atmosfera delirante,
Alçando a voz pela situação desesperante.
Cai sobre nós água enviada do Paraíso,
Lágrimas sem fim,
Um grito surdo e mudo...
Ventos de dor num furacão de emoções,
O mundo liberta-se num misto de sensações.
É o rebentar do caos esperado,
Fazendo de mim o Noé encarregado.
Mas na minha arca da esperança,
Apenas a merece quem lutou pela mudança.
Mesmo loucos e vagabundos,
Têm lugar na salvação do castigo divino.
Para os mundanos que se afogarão,
Apenas desejo as minhas condolências
Pois os erros têm consequências.
A vingança serve-se num prato frio,
E este mundo lava os impuros num rio,
Sem destino ou redenção,
Sem qualquer hipótese de perdão.
Fernando Teixeira