E se por magia ou maldição uma bruxa má ou um géneo da lampada me trasforma-se num objecto, qual seria?
Eu queria que fosse uma caneta, sim uma caneta, para que assim eu pudesse ser o teu fiel confidente e contares-me todos os teus segredos, quando os anotasses no teu diário.
Seria uma caneta vulgar, para que assim me pudesses adquirir em qualquer lugar e a um preço bem assecivel, para poder andar contigo na mala e estar a teu lado em qualquer altura da tua vida, tanto no trabalho ou nas horas mais sensiveis em que desabavas as tuas magoas ou alegrias em qualquer folha de papel, eu estaria sempre lá!
Não te posso esconder o ódio de estimação que sinto pelas canetas de gel, que têm a mania que são mais persistentes e mais caras mas que no final podem manchar tudo o que já foi escrito, ou pelas canetas que fazem publicidade a qualquer impresa de caracter mafioso e que te podem enganar, por isso eu estarei sempre a teu lado!
E quando eu deixar de escrever e passar a ser um objecto inutil para ti, quando tu reduzires a minha vida e me arrumares na escuridão e no frio de uma gaveta, juntamente com outras canetas já usadas ou papeis velhos e amachucados, mesmo aí, eu estarei sempre a teu lado e feliz por poder ter sido o confidente de todos os teus segredos e, pelo menos nessa altura, ter feito parte da tua vida!
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