No estendal dos sorrisos
Onde brilham tantos fulgores
E emergem as euforias
Se estendem tantos guizos
Em rastos de alguns valores
E nuances de tantos dias
No estendal das amarguras
Onde as lágrimas se contêm
Em partículas suspensas
Gélidas nas suas ternuras
Com a esperança que não têm
Pelo fluir de recompensas
No estendal dos sonhos
Com estrelas de deslumbrar
E a busca de belos destinos
Os desejos não são medonhos
Que qualquer simples acordar
Nos faz lembrar violinos
No estendal dos pesadelos
Mesmo acordados sonhamos
Com o desespero mais triste
E a lágrima sobe aos cabelos
Do sorriso saudade falamos
E a consumada mágoa persiste
No estendal da luz serena
Candeias estão penduradas
E as velas são os poemas
Há o sinal que nos acena
Na direcção de tantas estradas
E na resolução dos problemas
No estendal da insatisfação
Com tanta história estendida
Sem lugar para o rigor
Escasseia o singelo pão
Falta a honra então perdida
E não existe mais o amor
António MR Martins
2011.12.29
António MR Martins
Tem 12 livros editados. O último título "Juízos na noite", colecção Entre Versos, coordenada por Maria Antonieta Oliveira, In-Finita, 2019.
Membro do GPA-Grupo Poético de Aveiro
Sócio n.º 1227 da APE - Associação Portugues...