Sonetos : 

Desdém

 
O presente que guardavas para mim
E trouxeste escondido, muito bem
Encerrado no canteiro do jardim,
Era a flor embrutecida do desdém.

Tinha cor encantadora, tinha viço
E o olor que inebriava o sentido,
Mas, plantada em terreno movediço,
Era o visgo, o avesso, o perigo.

Estendi o braço e a mão para roubá-la,
Mas a ponta perfurante d’um espinho
Impediu-me de findar o meu intento.

Dessa forma, antes qu’eu colhesse vento
E a má sorte me agarrasse o colarinho,
Deus mandou-me essa dor para evitá-la.


Frederico Salvo


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FredericoSalvo
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 27/12/2011 23:26  Atualizado: 27/12/2011 23:26
 Re: Desdém
penso assim: de como a pena deve corre liberta na folha de papel enquanto o poeta escrevia o soneto. lendo-o, sente-se a coreografia das palavras numa dança intensa formando magicamente os versos/canção. meu abraço caRIOca ao amigo, poeta e compositor Fred com os votos de um 2012 'mais grande'.rs
zésilveira

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 28/12/2011 00:11  Atualizado: 28/12/2011 00:11
 Re: Desdém
UM POEMA ENCANTO, DE TODO UM SABER

MARTISNS