A gramática é dramática:
É difícil pô-la correcta, directa, tê-la por dilecta. É na prática, uma questão matemática com muito senso e estética. O que é isso? Talvez seja... não sei mas posso inventar, alvitrar, opinar e, quase de certeza, errar.
A gramática é dramática:
Põe centímetros na métrica, ajuda a vender a retórica e mostra que a língua é metódica. É sem dúvida um espelho de azelhice, mostra de alarvice e, ainda, ornamento da aldrabice. De certeza que é, de certeza que é!
A gramática é dramática:
É tão fácil dar-lhe um pontapé e logo a seguir apanhar-nos em contra-pé. Enganadora, mostra-se servidora, disponível, acessível e depois... depois é dominadora, castradora. Eu sei que é. Ai sei sim senhor!
A gramática é dramática:
A sacana abana, verga mais que uma verdasca e marca de cortes a pele que descasca. Fetichista, fascista, dona, senhora, credora da penhora sobre o saber, dizer e escrever. É lei forte que não dá a língua à morte.
A gramática é dramática:
É-o tanto como um castigo parental, aplicado com critério, a princípio, mistério e, depois, razoável e sério. Régua e esquadro, desenho técnico, essência e esqueleto. Mesmo sem o saber, sei que é e isso não erro.
Valdevinoxis
A boa convivência não é uma questão de tolerância.